segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Alunos da UFPA recebem aumento no valor da bolsa permanência

A Universidade Federal do Pará fará um aumento no pagamento das bolsas de auxílio permanência referentes à assistência estudantil, que passa a vigorar a partir deste mês. O reajuste diz respeito ao valor mensal pago aos alunos de graduação em vulnerabilidade social, os quais recebem diversas categorias de auxílio que permitem custear despesas necessárias à sua permanência na Universidade, tais como alimentação, transporte e gastos com materiais didáticos e textos.
Os referidos tipos de auxílios são: Auxílio Permanência Didático Pedagógico, que atende 1.570 alunos; Auxílio Emergencial Didático Pedagógico, que atende 28 alunos; Auxílio Aluno Estrangeiro Didático Pedagógico, que atende 21 alunos; Auxílio Aluno PCD Didático Pedagógico, que atende 25 alunos;  e Auxílio Permanência Casa de Estudante, que atende 47 discentes residentes das moradias estudantis.
Em números - O reajuste concedido no valor dos auxílios irá atender 1.691 alunos que antes recebiam R$ 350,00 e agora passarão a receber R$ 400,00, significando um aumento da ordem de 14,28%, superior à inflação deste ano. Segundo o professor José Maia, diretor de Assistência Estudantil da Pró-Reitoria de Extensão (DAIE/Proex), o aumento implicará no custo adicional mensal de R$84.550,00 à folha de pagamento de auxílios da assistência estudantil, representando, em 12 meses, o custo adicional de R$ 1.014.600,00, ou seja, mais de um milhão de reais, considerando somente o número de auxílios pagos atualmente.
“No orçamento da assistência estudantil de 2017, a Superintendência de Assistência Estudantil (SaEst) destina cerca de 70% para pagamento de auxílios aos estudantes. Com o reajuste anunciado, aumenta-se ainda mais o volume de recursos comprometidos com a manutenção dos auxílios, sendo o atual reajuste uma correção que já se fazia necessária, considerando que desde 2014 não houve reajustes dos auxílios”, disse José Maia. Ele também acrescentou que esta é uma decisão da nova gestão da UFPA, no início do mandato do reitor Emmanuel Tourinho, o que traduz o compromisso da Instituição com a assistência estudantil.
Garantia de conclusão de curso - Ainda de acordo com o diretor e professor José Maia, o objetivo é incentivar ainda mais as ações de valorização do estudante em situação de vulnerabilidade econômica para que tenha sua permanência garantida na Universidade até a conclusão do curso. “Considerando que os discentes em vulnerabilidade social recebem e utilizam os Auxílios Permanência para o custeio mensal de suas despesas, o reajuste anunciado certamente irá favorecer esses alunos no enfretamento dessas dificuldades de ordem financeira”, destacou.
O aumento dos auxílios será repassado para os estudantes a partir do mês de dezembro e será pago em folha complementar. Nesse mês, os beneficiados, além de receberem R$ 350,00 que já eram garantidos pelo programa, receberão R$ 50,00 extras. A partir do mês de janeiro, os alunos irão receber o valor de R$ 400,00 de uma só vez. “O pagamento ainda no mês de dezembro demonstra o compromisso com a assistência estudantil e reconhece uma demanda justa e legítima dos estudantes”, complementou o professor.
Investimentos - Com o reajuste dos auxílios, o aumento dos gastos da Universidade fica assim: o valor mensal aumenta de R$ 591.850,00 para R$ 676.400,00; já o valor anual dos auxílios passa de R$ 7.102.200,00 para R$ 8.116.800,00, ou seja, serão gastos mais de oito milhões de reais ao ano com auxílio permanência. “O estudante que recebe o reajuste de R$ 50,00 pode dizer que não é muito, mas para a Universidade, que é responsável pelo pagamento, o volume do reajuste é significativo”, finalizou José Maia.
Texto: Elisa Vaz – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre Moraes - Arquivo Ascom
Publicado em: 21.12.2016 18:00

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

CESIPT/SESPA Promove atividade de saúde alusiva ao Dia da Consciência Negra































Bom dia a todos, informamos que hoje ocorrerá nossa confraternização para fechar o ano de 2016 e gostaríamos de convidar a todxs para se fazerem presentes pois queremos em um primeiro momento ouvir como foi o 2016 da comunidade PEC-G na UFPA onde vocês poderão socializar as experiências vividas neste ano. Em segundo momento apresentaremos as ações que a CBA realizou durante o ano. Traremos também um representante da instituição para discutir diretamente com vocês sobre assuntos referentes a greve e a influência desta no período de permanência de vocês no território nacional estipulado pelo decreto que rege o programa. Finalizaremos com um momento de confraternização, salgados, doces e músicas para todos festejarem. Quem puder contribuir com sucos, refrigerantes ou salgados e outras comidinhas.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Casa Brasil-África Organiza atividades dentro e fora da UFPA durante o Mês da Consciência Negra

Neste mês se comemora em todo o país o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, data em que, de acordo com historiadores, morreu Zumbi do Palmares, no ano de 1695. Esta data é alusiva a toda a resistência, resiliência e as lutas dos negros e
negras do país contra a opressão e a discriminação racial. O Dia Nacional da Consciência Negra foi instituído pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. Este ano a CBA e os estudantes africanos e quilombolas estão engajados em uma série de atividades no Campus da UFPA, em escolas do bairro do Guamá e no quilombo do Abacatal.

Na sexta feira, dia 11/11 foi abertura oficial das atividades da “Rua de Leitura” evento organizado pelo Espaço Cultural Nossa Biblioteca do Guamá, em parceria com a Casa
Brasil-África (CBA), a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH),
o Centro de Defesa do Negro no Pará (CEDENPA), o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) e as escolas Barão de Igarapé-Miri, Frei Daniel e Maria Luiza, do
bairro do Guamá. Este ano a programação tem como tema “Construindo Identidade:
Conhecer para Respeitar Nossa Ancestralidade” e se estende até o dia 19, quando ocorrerá a culminância em um grande evento aberto a todo o público de Belém na Praça Benedicto Monteiro, no centro do Bairro.

Ao longo da semana a CBA organizou a realização de oficinas nas escolas sobre brincadeiras africanas e sobre literatura africana de língua portuguesa, apresentou exposições sobre países e líderes africanos no espaço cultural Nossa Biblioteca, com material produzido pelos estudantes do PEC-G da UFPA, e participou de oficinas sobre racismo e sobre culinária africana.


No dia 16/11 teve a roda de conversa sobre O RACISMO A FLOR DA PELE na escola EEF Barão de  Igarapé e a oficina de perspectivas sobre Literatura Africana de Língua Portuguesa.
No campus da UFPA, ocorreu no dia 17/11 (quinta-feira), às dez horas, no Auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), uma palestra aberta ao público da Dra. Elizabeth Coutinho, Diretora de Documentação e Edições da Universidade de Cabo Verde sobre a “Rede de Estudos Ambientais de Língua Portuguesa (REALP): Contexto e Iniciativas”. A palestra foi mediada pela Profa. Dra. Jacqueline Serra-Freire, da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).

Ao longo da semana a Dra. Elizabeth teve também reuniões com o Pró-reitor de Relações Internacionais e com a direção da Editora da UFPA, para discutir possibilidades de ampliação das cooperações entre a Uni-CV e a UFPA, além de encontros com alunos e colegas cabo verdianos da comunidade da Universidade.
 

 
No dia 19, à partir das 17 horas, os estudantes de diversos países participaram da programação de encerramento da semana promovendo um desfile de moda africana e apresentação de dança de alguns países da África. O objetivo dessas atividades é contribuir para que os paraenses conheçam mais sobre o continente africano e sua enorme socio-biodiversidade, e possam valorizar suas raízes ancestrais.

Encerrando as atividades de novembro, a CBA foi convidada a participar, no dia 27/11, do Dia da Beleza Negra, na comunidade quilombola de Abacatal, em Ananindeua.





FONTE:casabrasilafrica



















segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Por que esses números e percentuais nas cotas da UFPA?

Das 7.404 vagas ofertadas pela Universidade Federal do Pará (UFPA), pelo menos metade, é reservada ao Sistema de Cotas da Instituição. Mas para declarar-se cotista é preciso saber como funciona a Política de Ações Afirmativas da Universidade e também estar atento as regras especifica de cada edital do vestibular da federal paraense. Leia sobre o assunto na última reportagem do UFPA em Série-Vestibular. Confira!
Para 2017 não há alterações no sistema de cotas. A última modificação ocorreu no ano passado para ingresso em 2016. Desde então, as vagas ofertadas aos concluintes do Ensino Médio por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) e do Processo Seletivo Anual (PS 2017), seguindo as determinações da Lei nº 12.711, de 2012, foram ampliadas para candidatos de baixa renda que passaram de 25% para 50% do total de vagas do Sistema de Cotas, e houve alteração nas vagas para candidatos pretos, pardos e indígenas (PPI), de 40% para 78%. Mas por que estes percentuais?
Após lei de cotas, UFPA só não tinha a Cota Renda - Desde que foi promulgada, a Lei de Cotas define que metade das vagas reservadas seja disponibilizada a candidatos cuja renda família per capita seja de até 1,5 salário mínimo. Tão logo entrou em vigor, a UFPA criou a chamada Cota Renda, mas a implementou para 25% das vagas do Sistema de Cotas.
“Isso porque a Cota Renda foi a única alteração no Sistema de Cotas da UFPA após a lei. Era a única cota que não tínhamos já implantada na Universidade e que precisávamos criar e observar como efetivamente implantá-la”, recorda Mauro Magalhães, então assessor da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) na época.
Para começar, definiu-se reservar 25% das vagas do Sistema de Cotas a fim de observar seus impactos e definir os procedimentos para sua fiscalização. Antes, para verificar a baixa renda dos candidatos, a UFPA solicitava seu número de inscrição no CadÚnico, Sistema mantido pelo Governo Federal. Mas o sistema registra pessoas com até um salário mínimo per capita e era usado para definir as isenções da taxa de inscrição, o que o tornava insuficiente para verificar a nova cota.
Candidatos de baixa renda apresentam documentos somente após aprovação - Após a Lei de Cotas de 2012, os documentos que comprovam que o candidato aprovado no vestibular é efetivamente de baixa renda são entregues ao Centro de Registro e Indicadores Acadêmicos (Ciac), depois da divulgação do Listão de Classificados no Vestibular. Isso é necessário porque a UFPA possui em média mais de 100 mil inscritos a cada ano e um percentual elevado deles, como cotista de baixa renda.
“Verificar os documentos de um a um durante a seleção se torna um trabalho inviável. Por isso, não temos como fazer isso durante as inscrições ou o processo de seleção, somente após a aprovação, quando o número de candidatos classificados no PS chega a cerca de seis mil pessoas e do SiSU a cerca de mil. Ainda é um número muito elevado, mas se torna mais viável analisar a documentação de 7 mil ao invés dos até 128 mil inscritos”, detalha o assessor da Proeg.
Candidatos precisam calcular sua renda familiar per capita - Mas o representante da UFPA alerta que esta cota ainda é desconhecida para a maioria dos candidatos, mesmo entre os que se inscrevem por ela. “Eles têm dúvidas de como calcular esse valor e temos dois casos: candidatos que podiam se inscrever como cotista baixa renda e não o fazem e os que se inscrevem mas efetivamente não o são”, adianta Mauro Magalhães.
Após o fim do período de inscrição, não é possível alterar definições sobre como os candidatos inscritos participam do vestibular, entre elas sobre o curso preterido pelos candidatos e sobre por quais classificações do Sistema de Cotas participa-se do concurso. Se após aprovado, o candidato não puder comprovar que se enquadra nos critérios estabelecidos para as cotas pelas quais concorreu, não há volta e ele será eliminado por isso.
“Acontece que para saber qual sua renda familiar per capita é preciso observar quantas pessoas recebem remuneração e quantas vivem na mesma residência. Soma-se o total desta renda e se divide para o número de moradores, incluindo as crianças e demais integrantes que não recebem recursos financeiros. Para uma família de quatro pessoas, esse valor é de R$ 5.280 reais, enquanto que em uma residência com dez moradores, o valor pode chagar a até R$ 13.200”, ensina o assessor da Proeg.
Após três vestibulares, essa reserva de vagas às famílias de baixa renda foi ampliada e desde o ano passado o percentual se fixou em 50% das vagas do Sistema de Cotas. Mauro Magalhães acrescenta que os percentuais da Lei precisavam ser implantados até 2016 e, após estudar a Lei e observar sua implantação na UFPA, seus índices foram ajustados a legislação.
“Todos percentual do Sistema de reserva de vagas dos vestibulares das universidades é definido pela Lei de Cotas. Para a cota Renda, ele é de 50% das vagas do Sistema de Cotas e para os candidatos autodeclarados pretos, pardos e índios, o percentual é variante em cada instituição, conforme o Estado”.  
Por quê 78% das vagas da UFPA são para Pretos, Pardos e Índios? - A outra informação importante sobre o Sistema de Cotas da Federal do Pará é o percentual das vagas em relação à cota para Pretos, Pardos e Índios (PPI). Esse percentual na UFPA foi definido como 40% dos 50% reservado da cota para estudantes da rede pública de ensino, durante a criação do Sistema de Cotas da UFPA pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), sendo que o sistema foi provado em 2005 e implantado em 2008.
“Mas a lei de cotas pensou além e usou uma ferramenta com novas informações sobre essa população para aperfeiçoar as cotas para pretos pardos e índios em relação ao que já existia nas universidades, inclusive na UFPA: relacionou a cota aos números do Censo”, informa Mauro Magalhães.
Assim, a lei define que a reserva de vagas para os PPI seja proporcional a representatividade de pretos, pardos e índios na população do estado onde a Universidade está sediada. O objetivo é que o perfil da população de ingressantes nas instituições será o mais próximo possível do perfil desta população em cada Estado.
Candidatos PPI disputam até 100% das vagas ofertadas - “Acontece que, no Pará, cerca de 78% da população são pretos, pardas ou indígenas, conforme o Censo 2010 do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o maior índice do Brasil e, por isso, essa reserva de vagas na UFPA é maior que as dos demais estados”, explica o representante da Pró-reitoria de Ensino de Graduação da UFPA (Proeg).
Desta forma, o Sistema de Cotas, então, assegura que no mínimo 78% dos ingressantes são PPI, mas na verdade pela forma como as cotas são organizadas e aplicadas sobre as vagas (veja o texto anterior sobre o funcionamento do sistema de cotas aqui –link) estes candidatos disputam entre 75 e 100% das vagas ofertadas em cada curso de graduação da UFPA, mais que os demais candidatos inscritos.
“O percentual se manterá o mesmo até que o IBGE divulgue os dados do novo censo da população, o qual só deve ser feito em 2020 e divulgado aproximadamente em 2022”, estima Mauro Magalhães.
Esse percentual elevado de reserva de vagas para os PPI prejudica os demais candidatos? “Não podemos dizer que prejudica porque o percentual favorece a maioria da população do Pará, que segundo o Censo, é preta para ou indígena. As Leis são feitas para favorecer a maioria e respeitar as minorias. Candidatos não PPI disputam de 61% e 55% das vagas ofertadas por cada curso, pois também temos reserva de vagas para candidatos que não são pretos, pardos e indígenas e que são de baixa renda (cota Escola Renda) e para candidatos que são da rede pública e que não são de baixa renda ou pretos, pardos ou indígenas (Cota Escola)”, detalha.
Além disso, as cotas da UFPA, desde sua criação, buscam favorecer candidatos que têm capacidade, mas que, eventualmente, não tem condições igualitárias para ser aprovado no sistema de cotas, sejam elas devido a qualidade da rede pública, devido as desigualdades econômicas ou devido as desigualdades históricas que têm afastado pardos, índios, pretos – e aqui podemos nos referir também aos quilombolas – que podem ter mais dificuldades para ser classificada no vestibular.
UFPA também dialoga sobre cotas com quilombolas, índios e populações tradicionais – Por outro lado, a UFPA mantém permanente diálogo com representações das populações tradicionais como indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos, especialmente atendidos pelos Processos Seletivos Especiais da UFPA (PSEs).
“Buscamos sempre adequar o processo de seleção a realidade de cada perfil destas comunidades. Isso é feito pelo envolvimento dos pesquisadores da UFPA que estudam essas populações nas comissões de seleção, mas e principalmente, é feito por meio do diálogo constante e franco com as comunidades”, assegura o assessor da pró-reitora de Graduação da UFPA.
E a partir deste ano, lideranças de comunidades indígenas e quilombolas passam a fazer parte da comissão especial responsável pela realização do PSE. Essa aproximação com as populações tradicionais deve tornar a seleção mais criteriosa em relação à autenticidade da origem dos candidatos.
“Essa participação das lideranças garante uma maior interação entre a universidade e os indígenas e quilombolas e ainda protege o processo seletivo contra candidaturas de pessoas que não são realmente de povos tradicionais”, ressaltou Maria Lúcia Harada, então pró-reitora de Ensino de Graduação da UFPA (Proeg) e presidente da Comissão Permanente de Processos Seletivos da universidade (Coperps).
m qualquer momento, seja durante o concurso ou após a matrícula na Universidade, denúncias de pessoas que, irregularmente, tentam se beneficiar do Sistema de Cotas são investigadas e as providências para coerção disso, tomadas pela instituição. Afinal, “quem se inscreve como cotista irregularmente perde direito imediato à vaga ou é desligado da Universidade, caso já tenha sido matriculado. Além disso, quem declarar-se cotistas indevidamente pode estar sujeito a responder por crime contra a fé pública (parágrafo único do art. 10 do decreto 83.936, de 6 de setembro de 1979)”, aponta o edital do concurso
Denúncias e esclarecimentos podem ser demandados a qualquer tempo - Por outro lado, quem deseja denunciar suspeitas de irregularidades nos vestibulares pode fazê-lo por meio da ouvidoria da UFPA ou protocolando um processo solicitando esclarecimentos ou informações à Universidade (à Pró-reitoria de Ensino de Graduação, ao Centro de Processos Seletivos ou ao Centro de Registro e Indicadores Acadêmicos) no Protocolo Geral da Instituição.
Já as dúvidas dos candidatos sobre sua participação no vestibular ou eventuais problemas com o sistema de inscrição ou normas de concorrência podem ser esclarecidas no atendimento ao público na sede do Centro de Processos Seletivos (Ceps), que também atende pelos telefones (91) 3201-7266, 3201-8386 e 3201-8387.
Por outro lado, candidatos aprovados e classificados no Vestibular devem buscar informações sobre seu registro na Universidade (processo chamado de Habilitação do Vínculo Institucional) no Centro de Registro de Indicadores Acadêmicos (Ciac), o qual atende presencialmente em sua sede e pelo telefone (91) 3201-7158.

Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Arquivo – Ascom/UFPA
Publicado em: 28.10.2016 18:00

Você realmente sabe como funciona o sistema de cotas da UFPA?

Na terceira reportagem do UFPA em Série-Vestibular, você vai entender que uma das pioneiras na implantação do Sistema de Cotas entre as universidades brasileiras, a Universidade Federal do Pará (UFPA), possui reserva de vagas, criação de vagas extras e oferta de cursos especiais para candidatos cotistas. Diante dessa diversidade, os candidatos aos cursos da Instituição costumam ter dúvidas sobre o funcionamento da Política de Ações Afirmativas da Federal do Pará.  Isso porque a UFPA recebe, todos os anos, pelo menos quatro mil cotistas. Entenda!
Considerando os quatro tipos de concurso para ingresso nos cursos de graduação da UFPA, ou seja, o Processo Seletivo 2017 (PS 2017), o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), os Processos Seletivos Especiais (PSEs) e o Processo Seletivo à Mobilidade Acadêmica (Moba), a UFPA possui oito tipos de cotistas.
Vagas para escola pública - O primeiro tipo de cotistas refere-se à reserva de vagas para candidatos que cursaram todo o ensino médio na rede pública de ensino. Atualmente, 50% das vagas da UFPA são reservadas a esse público (Cota Escola). Delas, metade é ainda destinada a candidatos oriundos de famílias com rende familiar per capita de até 1,5 salário mínimo (Cota Renda) e 78% de ambos os grupos para candidatos autodeclarados pretos, pardos ou índios (Cota PPI).
Esse Sistema de Cotas funciona como grupos e subgrupos, dos quais um candidato pode fazer parte. A combinação entre eles gera cinco tipos de candidatos ao PS 2017 e ao SiSU: Estudantes que cursaram todo o ensino médio na rede pública (cotista Escola); estudantes que estudaram na rede pública e são de famílias de baixa renda (cotista Escola Renda); estudantes que estudaram na rede pública e se autodeclaram pretos, pardos e índios (cotista Escola PPI); estudantes que estudaram na rede pública, são de famílias de baixa renda e autodeclaram-se pretos, pardos ou índios (cotista Escola Renda PPI) e os candidatos da chamada Demanda Aberta, ou seja, que não concorrem pelo Sistema de Cotas.
Edital mostra número de vagas reservadas ao Sistema de Cotas - A partir das regras do Sistema de Cotas, o Edital do PS 2017 apresenta, no quadro de oferta de vagas, quantas são destinadas, em cada curso, a cada um dos cinco tipos de inscritos no concurso. Esse número mostra que, no mínimo, a quantidade de vagas apontada no edital será de determinado perfil, segundo os critérios da Lei de Cotas.
“O que fizemos foi calcular, em cada curso da UFPA, como é feita a reserva de vagas a partir das regras do Sistema de Cotas, com o objetivo de tornar essa informação o mais transparente possível. No final da tabela, também está a soma das vagas ofertadas para cada categoria de inscrito no PS2016”, explica Mauro Magalhães, assessor da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg).
Assim, para 2017, a UFPA oferta 7.404 vagas gerais em 178 cursos de graduação sediados em 20 municípios. Sendo 6.088 para o PS 2017 e 1.316 para o SiSU. Entre as vagas do PS 2017, 19,5% (equivalente a exatas 1.308) são para a Cota Escola Renda Pretos, Pardos e Índios (ERPPI); outros 19,5% do total de vagas ofertadas (equivalente a 1.277) vagas vão para a Cota Escola Pretos, Pardos e Índios (EPPI); 5,5% do total (ou seja, 240 vagas), para a Cota Escola Renda (ER); e outros 5,5% (que somam 231 vagas) para a Cota Escola (E). Os demais 50% são referentes à Demanda Aberta (3.032 vagas).
Eu concorro a quantas vagas no PS 2017? - Para quem pensou, “então, agora já sei como funciona o Sistema de Cotas!”, é preciso um pouco mais de atenção. Os números apresentados, porém, não indicam a quantidade total de candidatos de cada tipo de cotista que será aprovada e classificada no vestibular. A explicação para isso está no sistema de subconjuntos.
O número de vagas a que cada candidato concorre depende e varia conforme seu perfil em relação ao Sistema de Cotas. Isso porque as cotas são aplicadas na seguinte ordem: Cota Escola, Cota Renda e Cota PPI e o preenchimento das vagas no momento de processar o Listão de Aprovados segue o caminho inverso.
Candidatos da Cota Escola Renda PPI disputam 100% das vagas - A distribuição, então, é a seg
uinte: Os candidatos da Cota Escola Renda PPI disputam todas as vagas do curso preterido, pois estão nas três categorias de cota – ou seja, disputam vagas reservadas à modalidade Cota Escola Renda PPI (19,5%
do total de vagas ofertadas), Cota Escola PPI (19,5% do total de vagas ofertadas), Escola Renda (5,5% do total de vagas ofertadas), Escola (5,5% do total de vagas ofertadas) e Demanda Aberta (50% do total de vagas ofertadas). De tal modo, concorrem a 100% das vagas do curso preterido.
Já quem participa do PS 2017 como cotista Escola PPI disputa as vagas reservadas à modalidade Cota Escola PPI (19,5% do total de vagas ofertadas), Cota Escola (5,5% do total de vagas ofertadas) e Demanda Aberta (50% do total de vagas ofertadas), pois não pertence ao subgrupo “Renda”. De tal modo, concorre a cerca de 75% das vagas do curso preterido.
Cada categoria de inscrito concorre a um percentual de vagas diferente - Assim candidatos da Cota Escola Renda disputam vagas na modalidade Cota Escola Renda (5,5% do total de vagas ofertadas), Cota Escola (5,5% do total de vagas ofertadas) e Demanda Aberta (50% do total de vagas ofertadas), pois não pertencem ao subgrupo “PPI”. De tal modo, concorrem a cerca de 61% das vagas do curso preterido.
Por fim, o candidato inscrito como Cota Escola disputa vagas na modalidade Cota Escola (5,5% do total de vagas ofertadas) e Demanda Aberta (50% do total de vagas ofertadas), pois não pertence aos subgrupos “renda” ou “PPI”. De tal modo, concorre a cerca de 55,5% das vagas do curso preterido.
Por outro lado, candidatos da rede privada disputam 50% das vagas ofertadas a cada ano, na chamada Demanda Aberta, mas a Demanda Aberta não é exclusiva para este tipo de inscrito. Para o PS 2016, são 2.769 vagas que serão preenchidas pelos candidatos inscritos que apresentam a maior nota, ou seja, se um candidato cotista obtiver nota maior que a de um que não concorre pelo Sistema de Cotas, um cotista preencherá a vaga da Demanda Aberta.
“Devido a essa complexidade, a UFPA recomenda que os candidatos se inscrevam na categoria de cota que melhor lhe representa, a fim de potencializar sua competitividade às vagas”, aconselha Mauro Magalhães.
Vagas extras para indígenas, quilombolas e PcDs – Há, ainda, quatro tipos de cotistas que ingressam todos os anos na UFPA. Há os indígenas e os quilombolas, para os quais a universidade cria até duas vagas extr
as para cada um desses grupos em todos os cursos ofertados pelo PS 2017. Sendo que essas vagas são disponibilizadas, este ano, pelo Processo Seletivo Especial 2 (PSE-2).
A quinta vaga extra é criada em todos os cursos ofertados pelo PS 2017 especificamente para Pessoas com Deficiência (PcD). O diferencial deste cotista para o cotista indígena e o quilombola é que o PcD é avaliado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os demais, por meio de uma redação em língua portuguesa e por uma entrevista individual com análise de documentos e relatos de vida.
Para 2017, a UFPA oferta 352 vagas para os cotistas indígenas, 352 para os contistas quilombolas e 178 para os cotistas PcDs. “Essas vagas são, na verdade, criadas no momento da classificação dos candidatos inscritos. Onde não há aprovados a vaga não é criada, por isso, elas não podem ser preenchidas por outros candidatos”, detalha Arquimimo Almeida, coordenador pedagógico do Centro de Processos Seletivos da UFPA (Ceps).
Cursos especiais também ofertam vagas para cotistas – Já os cursos de Etnodesenvolvimento e de Educação do Campo são específicos para determinados públicos. O primeiro para integrantes de comunidades tradicionais da Amazônia, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, integrantes de assentamen
tos e comunidades extrativistas, entre outros. Enquanto o segundo é específico para professores que já atuam na educação, na área rural ou pertencem e/ou moram no campo.
A UFPA possui oito tipos de cotistas. Quatro categorias de cotistas que funcionam a partir da reserva de vagas são elas: cotista Escola Renda PPI, cotista Escola PPI, cotista Escola Renda e cotista Escola. Três tipos de cotistas que ingressam por meio da criação de vagas extras nos cursos de graduação, sendo: até dois, por curso indígena; até dois, por curso quilombola e um PcD. E ainda os cotistas que ingressam na Universidade pelos cursos especiais de Etnodesenvolvimento e de Educação do Campo.


Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Arquivo / Ascom-UFPA
Publicado em: 27.10.2016 18:00

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Inscrições abertas para vestibular especial da UFPA

Começa, nesta quarta-feira, 28 de setembro, o prazo de inscrição no Processo Seletivo Especial para candidatos indígenas e quilombolas (PSE) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Para 2017, são ofertadas 704 vagas em 176 cursos de graduação, distribuídos por mais de 20 municípios paraenses. A inscrição é gratuita e pode ser feita até o dia 16 de novembro no site do CEPS ou no site do concurso.
Este ano, o certame oferta 32 vagas a mais que o concurso para ingresso em 2016, o qual disponibilizou 672 vagas. A partir deste ano, lideranças de comunidades indígenas e quilombolas passam a fazer parte da comissão especial responsável pela realização do PSE. Essa aproximação com as populações tradicionais deve tornar a seleção mais criteriosa em relação à autenticidade da origem dos candidatos.
“Esta participação das lideranças garante maior interação entre a universidade e os indígenas e quilombolas e ainda protege o processo seletivo contra candidaturas de pessoas que não são realmente de povos tradicionais”, acredita Maria Lúcia Harada, pró-reitora de Ensino de Graduação da UFPA (Proeg) e presidente da Comissão Permanente de Processos Seletivos da Universidade (Coperps).
O concurso terá duas etapas. Uma prova de redação em língua portuguesa agendada para 15 de janeiro de 2017 e uma etapa de entrevistas presenciais com análise de documentos, a qual será realizada entre 16 e 19 de fevereiro.
Novas regras - Para o PSE 2017, as principais mudanças nas regras da seleção dizem respeito à apresentação do Documento de Pertencimento, o qual atesta o vínculo dos estudantes com populações indígenas ou quilombolas, e, ainda, à criação da segunda opção de curso.
Agora, os indígenas e os quilombolas precisam apresentar a Declaração de Pertencimento no ato da inscrição e o documento deve conter três assinaturas de lideranças. “A declaração será analisada pela comissão especial e, só então, publicaremos a homologação da inscrição”, detalha a pró-reitora.
Outra novidade é que os candidatos podem, no ato da matrícula, indicar uma segunda opção de curso. “Iremos processar o resultado do concurso como nos demais anos, mas, após esse primeiro ‘listão’, vamos observar os cursos em que não tivemos aprovados ou tivemos um único estudante classificado e, então, fazer uma segunda ‘rodada’ de preenchimento das vagas disponíveis, considerando a segunda opção dos candidatos”, detalha Lúcia Harada.
Segunda opção deve aumentar aprovações - A expectativa da UFPA é que, com a criação da segunda opção, mais candidatos indígenas e quilombolas consigam sua aprovação no vestibular. Isso porque, pelo Sistema de Cotas da Universidade, são disponibilizadas até duas vagas extras para candidatos indígenas e outras duas vagas extras para candidatos quilombolas, em cada curso ofertado pelo processo seletivo anual, este ano, PS 2017.
Arquimimo Almeida, assessor do Centro de Processos Seletivos da UFPA (Ceps), reforça que as vagas do PSE são criadas diante da aprovação de candidatos e, quando isso não acontece, elas não ‘nascem’. “Isso significa que não temos vagas não preenchidas no PSE, mas vagas que deixam de ser criadas ou pela ausência de candidatos, ou pela não aprovação dos estudantes no concurso. De todo modo, a regra faz com que apenas esses públicos integrantes das comunidades tradicionais tenham acesso a essas oportunidades.”
Já Mauro Magalhães, assessor da Proeg, pondera que a possibilidade de uma segunda opção no vestibular especial deve aumentar o número de ingresso de indígenas e quilombolas para 2017. “No decorrer do tempo, percebemos que há interesse maior desses candidatos por determinados cursos e, como são apenas duas vagas ofertadas para cada grupo, há excelentes candidatos que não conseguem sua aprovação. A segunda opção é uma segunda oportunidade para que eles ingressem na Universidade”, aponta.
É importante que, ao apontar a segunda opção, os candidatos evitem indicar outra graduação de alta demanda. “Recomendamos que os estudantes procurem cursos afins e com menor demanda, pois, se apontarem duas opções com alta procura, pode ser que não sejam aprovados para a primeira e não haja vagas para que seja realizada a segunda opção na segunda graduação apontada. Alguém que faz Medicina como primeira opção, por exemplo, pode buscar outros cursos, como Biomedicina, Nutrição, Biologia e assim por diante”, recomenda Mauro Magalhães, assessor da Proeg. Confira aqui a demanda do último PSE indígena e aqui o do quilombola.
No PSE 2016, 3.928 se inscreveram na seleção para as 672 vagas disponíveis para indígenas e quilombolas. Destes, 1.239 quilombolas e 62 indígenas chegaram à última fase do concurso, composta pela análise de documentos e por uma entrevista individual com pesquisadores. Tornaram-se calouros da UFPA 247 estudantes de origem quilombola e 26, de origem indígena, ou seja, das 672 vagas que poderiam ter sido criadas com o concurso, apenas 273, efetivamente, foram ocupadas (pouco mais de 40,62%) e, por isso, criadas no sistema da Universidade. Saiba mais sobre a seleção anterior aqui, incluindo as notas máximas, média e mínima por curso.
• Serviço:
Inscrições para o PSE Indígena e Quilombolas da UFPA
Prazo: De 28 de setembro a 16 de novembro
Inscrições gratuitas pelo site do CEPS.
Pré-requisito: Apresentar, no ato da inscrição, Declaração de Pertencimento à comunidade indígena ou quilombola assinada por três lideranças.
Todos os detalhes sobre como participar do concurso estão disponíveis no edital.
Informações pelos telefones: (91) 3201-7266, 3201-8382, 3201-8386 e 3201-8387.
Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Arquivo/Ascom (Aline Andrade)

Fonte: Portal da UFPa (https://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=12132)

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

UFPA realiza encontro sobre História Indígena na Amazônia



A Universidade Federal do Pará recebe nos dias 5, 6 e 7 de outubro o II Encontro de História Indígena e do Indigenismo na Amazônia. O evento, que será realizado no Auditório Setorial Básico, é promovido pelo Grupo de Pesquisa de História Indígena e do Indigenismo na Amazônia (GP HINDIA) que busca trazer um pouco do protagonismo da cultura indígena para a comunidade acadêmica e a sociedade como um todo. As inscrições para a apresentação de pesquisas já estão encerradas, porém serão abertas algumas vagas para a inscrição como ouvintes no dia do evento.
O Encontro tem como objetivo divulgar pesquisas dos membros do grupo sobre o tema da História Indígena na Amazônia e, dessa forma, possibilitar a formação de estudantes para essa temática, sempre ressaltando o protagonismo desse povo na história da região. “De longa data, a Amazônia carrega a imagem de ‘terra de índio’. Muito embora essa expressão seja generalizante e venha acompanhada de tom geralmente pejorativo, não se pode negar que numerosas etnias indígenas enriquecem o patrimônio cultural da região. Os índios fazem parte de nosso passado, de nosso presente e, certamente, também de nosso futuro”, destaca o professor Marcio Couto, coordenador do grupo de pesquisa e organizador do evento.
Programação - Esta edição do evento contará com minicursos, conferências e mesas-redondas e simpósios temáticos mediados e ministrados por professores ou estudantes de graduação, mestrado ou doutorado.
Na programação do evento, está previsto que, no primeiro dia de atividades, nesta quarta-feira, 5, seja realizada a conferência de abertura, com a participação de Uwira Xakriabá, estudante do mestrado em Antropologia na UFPA (PPGA). Além disso, na própria quarta, 5, e quinta, 6, pela tarde, serão os simpósios temáticos que abordarão os temas “História Indígena”, “História do Indigenismo”, “Ensino de História e Educação Indígenas”, e “Formas de Expressão Indígena e Representações sobre os Indígenas”.
Já os minicursos, que serão realizados na quinta, 6, e na sexta, 7, pela manhã, abordam os temas “Cultura material Tupi: uma releitura sobre os Anambé e Tembé”; “Epidemias entre os indígenas na Amazônia colonial”; “Índios x Belo Monte”; e “Possibilidades de pesquisa em História Indígena”. A mesa-redonda discute o desafio de se escrever história indígena na Amazônia, com a participação dos professores Mauro Coelho, Décio Guzman, Patrícia Sampaio.
GP Hindia - Buscando mudar a forma como a cultura indígena e negra era abordada na história do país, o governo brasileiro tornou obrigatória a inclusão da temática “História e Cultura Afro-brasileira e Indígena” no currículo das redes de ensino. A partir dessa decisão, a UFPA criou, na Faculdade de História, a disciplina História Indígena ministrada pelo professor Márcio Couto desde o início. O GP Hindia, portanto, surgiu como resultante desse processo.
Atualmente, o projeto contra com a participação de um grupo de professores e estudantes de pós-graduação de diferentes cursos da UFPA e de outras instituições. O grupo dedica importante atenção à formação e orientação de estudantes de graduação e pós-graduação, realizando-se seminários acadêmicos, bem como a produção de material didático que permita estender as contribuições do Grupo de Pesquisa aos níveis de Ensino Fundamental e Médio.
O GP Hindia possui cinco linhas de pesquisa: História indígena e etno-história; Espacialidades e relações interétnicas; Políticas indígenas e indigenistas; Formas de expressão indígena e representações sobre os indígenas; Ensino de História e história indígena.
Serviço:
II Encontro de História Indígena e do Indigenismo na Amazônia
Data: 5 a 7 de outubro de 2016
Hora: 8h às 17h (dia 5), 9h às 17h (dia 6), 9h às 18h (dia 7)
Local: Auditório Setorial Básico
Inscrições Encerradas
Informações: gphindia@hotmail.com
Texto: Caio Maia - Ascom/IFCH
Foto: Arquivo / Ascom (Mácio Ferreira)
Fonte: Portal da UFPa. (https://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=12171)

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Intercâmbio oferta oportunidade de estudos no Brasil para alunos africanos

A segunda reportagem do UFPA em Série-Intercâmbio fala sobre o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), que é uma ação educacional de cooperação com os países com os quais o Brasil mantém relação diplomática e acordos educacionais e culturais. O programa oferece oportunidades de formação superior nas Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras para estudantes de países em desenvolvimento. Coordenado pelos Ministérios das Relações Exteriores e da Educação, o programa conta com a parceria das universidades públicas – federais e estaduais – e particulares do País.
O aluno estrangeiro selecionado pelo Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) cursa gratuitamente a graduação em uma universidade brasileira. No entanto deve atender a alguns critérios, como provar que é capaz de custear suas despesas no Brasil, ter certificado de conclusão do ensino médio ou curso equivalente e proficiência em língua portuguesa, entre outros.
De acordo com a coordenadora do PEC-G na UFPA, Julieta Jatahy, o objetivo do programa é incentivar a formação acadêmica de cidadãos estrangeiros, para que eles retornem ao país e contribuam com o desenvolvimento da área na qual se graduou. Além disso, uma das principais importâncias do PEC-G é a sua participação na formação de novos líderes em vários países.
Oferta - Todo ano, a Universidade Federal do Pará oferta duas vagas para cada curso da área de saúde e uma vaga para os demais cursos, com exceção de Direito, Artes Visuais, Dança e Teatro, que não recebem ofertas de vaga. A UFPA, que é signatária do Programa desde a década de 1970, já foi responsável pela formação acadêmica de centenas de estrangeiros participantes do programa. Este ano, 13 estudantes estrangeiros foram selecionados para a UFPA, tendo,atualmente, 63 estudantes vinculados ao PEC-G.
O Decreto 7.948, de 12 de março de 2013, determina que, para participar do programa, é obrigatória a apresentação do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros. No entanto, para os estudantes não falantes da língua portuguesa, algumas instituições ofertam vagas aos ingressantes do PEC-G em cursos de Português para Estrangeiros.
Adaptação - Nathan Nguangu Kabuenge é congolês (cidadão da República do Congo) e estuda na UFPA há cinco anos. Primeiro, ele estudou durante oito meses a língua portuguesa e a cultura brasileira como uma das condições necessárias para ingressar na Universidade. “A minha adaptação não foi difícil, apesar de haver alguns problemas relacionados à discriminação passiva de alguns cidadãos paraenses. Mas o povo do Pará sabe conviver com todo mundo e estou me sentido em casa”, afirmou.
O estudante congolês escolheu Belém, principalmente, por conta da aproximação climática com o seu país, apesar de achar que a cidade tem uma temperatura mais elevada e as estações menos definidas. “Escolhi a UFPA por se localizar em uma cidade com as mesmas condições climáticas do meu país”, disse.
Casa Brasil-África - Uma das mais importantes iniciativas para a recepção e permanência de estudantes negros e africanos na UFPA é a Casa Brasil-África, que é vinculada à Pró-Reitoria de Relações Internacionais (Prointer).  A CBA possibilita o acesso e a produção de novos conhecimentos em substituição às visões estereotipadas e preconceituosas sobre os negros e suas origens, além de ser um espaço que permite à população negra e à comunidade estudantil interagir e abordar assuntos no âmbito das relações étnico-raciais e das relações transatlânticas, contribuindo para a eliminação de preconceitos e discriminações de todas as ordens.
Entre as finalidades da Casa Brasil África, estão: promover o intercâmbio científico, técnico e cultural entre a UFPA e instituições dos países do continente africano e da sociedade civil; estimular, divulgar e cooperar no concernente ao intercâmbio entre professores, técnicos e estudantes da UFPA e de países africanos; difundir a língua portuguesa e a cultura brasileira nos países africanos e as culturas africanas no Brasil; e apoiar os estudantes africanos e afrodescendentes em suas atividades acadêmicas e culturais na UFPA e fomentar sua participação em todos os espaços institucionais.
“A CBA vem trabalhando, há três anos, para institucionalizar a recepção, o acolhimento e o acompanhamento dos estrangeiros que chegam à UFPA. Especialmente no caso de estudantes, em especial os do PEC-G, entendemos que é necessário recepcioná-los ao chegar ao aeroporto ou à Universidade, com apoio de estudantes que falem a mesma língua do ingressante, mostrar-lhes o funcionamento da Instituição, ajudá-los na obtenção dos documentos de permanência, apoiá-los em relação à moradia e acompanhá-los durante seu percurso acadêmico”, afirmou o coordenador da Casa Brasil África, professor Hilton Pereira da Silva, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).
Contribuição - Segundo o professor, por meio de suas atividades, a CBA tem contribuído para promover a divulgação da realidade contemporânea da África; para a formação de professores voltados à inclusão da questão racial no ensino básico, fundamental e médio; para dar visibilidade à diversidade étnico-cultural internacional presente na Universidade e para melhorar a qualidade de vida e fazer a experiência dos alunos estrangeiros na UFPA a mais proveitosa possível.
“Todos os anos, a UFPA recebe alunos pelo PEC-G de vários países africanos, e a política de internacionalização da Instituição tende a ampliar a participação estrangeira na Universidade. Atualmente, a UFPA tem quase 70 alunos do PEC-G, sendo a maioria de origem africana, provenientes de 11 países, frequentando todos os institutos da Universidade”, destacou o professor Hilton.
A inscrição para o programa deve ser feita nas Missões Diplomáticas Brasileiras ou repartições consulares, que encaminham a relação dos candidatos ao Ministério das Relações Exteriores. Nesta etapa, é necessária a apresentação dos seguintes documentos: declaração de compromisso, histórico escolar e declaração de conclusão do nível de ensino correspondente ao ensino médio e comprovante de capacidade econômica dos pais ou responsáveis.
Após todas as etapas, os selecionados são submetidos ao curso de Português para Estrangeiros e ao Exame de Proficiência em Língua Portuguesa, que é uma condição fundamental para o ingresso na Instituição de Ensino Superior e no Programa de Estudantes-Convênio de Graduação. Ao final, é realizada uma seleção final em Brasília, e os resultados são divulgados pelas missões ou representações diplomáticas.
Fonte:https://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=11802

quarta-feira, 8 de junho de 2016

UFPA auxilia na regularização de terras de comunidades quilombolas

A Universidade Federal do Pará e a Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos – Mulangu firmaram convênio de cooperação técnica que estabelece ações voltadas para a regularização fundiária de territórios quilombolas. O documento foi assinado nesta segunda-feira, dia 6, pelo reitor, Horácio Schneider, e pelo coordenador administrativo da Mulangu, José Carlos Galiza.
A parceria com a Organização ocorrerá por meio do Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ) da UFPA, que prestará assessoria e acompanhará os processos de regularização fundiária em tramitação no Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e no Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra). De acordo com José Galiza, a Malungu possui mais de cem processos em tramitação, a maioria encontra-se parado nesses Institutos. “Precisamos saber por que esses processos estão parados e, com essa parceria com a UFPA, poderemos acompanhar de perto o andamento deles (processos) e, assim, evitarmos a perda de prazos”.
Durante a reunião de assinatura do convênio, o diretor geral do ICJ/UFPA, professor José Benatti, ressaltou os estudos que a Universidade realiza sobre a regularização fundiária de quilombos e de indígenas no Pará e os mesmos estudos irão contribuir para a fundamentação jurídica dos processos em tramitação. Ele explica que, com esse convênio, será feito um estudo mais específico, relacionado a essas comunidades quilombolas. “A experiência que a Universidade tem neste campo jurídico facilita a resolução de conflitos concretos. O conhecimento da parte técnica e científica irá, justamente, fortalecer as reivindicações das Associações de Quilombos e evitar que os processos em tramitação emperrem na etapa política. Além disso, este convênio irá contribuir para a formação de alunos de graduação e pós-graduação, a partir da experiência que eles irão adquirir com a realidade de conflitos de terra no Pará”, sintetiza. 
Para o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direto da UFPA, Girolamo Treccani, o convênio representa o primeiro passo para uma discussão mais ampla sobre a questão fundiária das comunidades de quilombos, podendo envolver, inclusive, outras áreas de conhecimento na Universidade. “A assinatura deste convênio, de um lado, manifesta a preocupação da Universidade em relação a essas populações e, por outro, abre discussões para a necessidade de outras cooperações técnicas”.
História de luta – Fundada em março de 2004, a Malungu é uma organização sem fins lucrativos e econômicos que representa as comunidades quilombolas do Pará. O nome da ONG é de origem africana e significa Companheiro. A luta da entidade tem sido pela garantia de direitos e pelo reconhecimento social dos quilombolas. O representante das Associações de Comunidades Remanescentes de Quilombos no Pará, José Galiza, ressalta que a titulação dos territórios quilombolas ainda representa a bandeira número um de luta. “Apesar do Pará ser o Estado que mais reconheceu a titulação de territórios dessas comunidades, ainda é preciso fazer muito pela questão fundiária. Mais de cem comunidades já foram reconhecidas, porém faltam mais de 200 receberem titulação”, afirmou. 
Texto: Ericka Pinto – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Alexandre Moraes
Fonte: casabrasilafrica

sábado, 4 de junho de 2016

Programa universidade no quilombo faz lançamento na feira do livro



“Os textos aqui reunidos dão conta das dinâmicas estabelecidas nas comunidades quilombolas, que desmitificam a oficialidade e vêm dar sustentação à nova historiografia produzida à luz das reivindicações do movimento”. O trecho do prefácio da obra Quando a Universidade vai ao Quilombo – Educação, relações raciais e étnicas no Pará, assinado pela professora e militante do Movimento Negro, Joana Carmem Machado, resume o teor do livro, lançado nesta quinta-feira, 02, na XX Feira Panamazônica do Livro, em Belém.
A obra reúne, em 11 capítulos, os trabalhos de bolsistas de vários projetos do Programa de Extensão Universidade no Quilombo e complementa as informações de outro livro: Da Universidade ao Quilombo – Extensão, pesquisa, educação e sociabilidade na Amazônia, lançado em 2015.
As duas obras têm como organizador o professor Assunção Amaral, da Faculdade de Pedagogia do Campus da UFPA em Castanhal e coordenador do Grupo de Estudos Sociedade, Cultura e Educação e do Programa Universidade no Quilombo. Os textos que compõem os livros foram selecionados entre os conteúdos produzidos e apresentados por estudantes de graduação em eventos regionais, nacionais e até internacionais.
São resultados de orientações de bolsistas – “Fomos organizando matérias de produção, palestras, resumos expandidos e artigos produzidos pelos alunos da graduação”, conta o professor, que também informa que os alunos são de várias áreas, como Pedagogia, Sistemas de Informação, Educação Física e Letras.
Para Assunção, levar esses trabalhos ao conhecimento do público dá visibilidade ao que está sendo produzido pelos acadêmicos dentro do Programa.  “Publicando o livro, mostramos a produção feita pelos alunos e colocamos o Campus de Castanhal em um cenário de ação e produção intelectual”, afirma o professor Assunção, que também esclarece que se trata de um trabalho que discute as experiências de campo que o Programa proporciona aos alunos. “São textos, artigos e livros que estamos fazendo no âmbito da Universidade com ações em Quilombos. Nós trazemos a discussão étnico-racial para a formação de professores de nível superior e produzimos e divulgamos essa produção.”
Ainda segundo Assunção, o Programa Universidade no Quilombo existe desde 2011 e tem o objetivo de fazer a interação entre Quilombo e Universidade por meio de ações de extensão ligadas à educação, à cultura, ao ambiente e a questões étnico-raciais, aproveitando os recursos que as comunidades conhecem.
Interação que agregou muito aprendizado e experiências a Luiz Cláudio Júnior, bolsista do programa, que assinou textos nos dois livros sobre o Universidade no Quilombo. Prestes a receber o canudo, Luiz, que tem 24 anos, cursa Pedagogia no Campus Castanhal, e é natural do Município de Santa Izabel, começou no Programa como voluntário ainda em 2011.
“Entrei na Universidade e senti vontade de conhecer um pouco de outras culturas, quando tivemos uma disciplina de antropologia”, revela o estudante que, ao participar do projeto Brincando e aprendendo com Recursos Naturais Quilombolasi, conseguiu ampliar sua formação acadêmica. “Essa experiência me possibilitou aprender mais sobre a África, desmitificar o que existe na televisão e me informar sobre os conhecimentos tradicionais que eles passam.”
Dentro do Programa, Luiz conheceu localidades quilombolas em Moju, Abaetetuba, Castanhal, Bonito e Inhangapi, entre outras. Dessa vivência, resultaram os capítulos dos dois livros e o tema para o TCC: “A organização social e educacional da comunidade quilombola de Macapazinho”.
Além de crescimento acadêmico, Luiz considera que o Programa foi um diferencial para o seu desenvolvimento pessoal. “Hoje, entendo que ser negro é questão de identidade. Não é um biotipo. Eu me autoidentifico como negro, mesmo não tendo a pele preta”, conclui.
Serviço:
Lançamento do livro Quando a Universidade vai ao Quilombo – Educação, relações raciais e étnicas no Pará
Data: Quinta-feira, 02 de junho de 2016
Local:  XX Feira Pan Amazônica do Livro, às 17h, no Estande do NAEA da UFPA.

terça-feira, 24 de maio de 2016

O DIA DA AFRICA

Pessoal
Amanha, dia 25 de maio se comemora mundialmente o Dia da África, uma efeméride anual promovida pelas Delegações Africanas Permanentes junto à UNESCO, para aumentar a visibilidade da África, destacando a diversidade de seu patrimônio cultural e artístico.
Neste importante dia dentro da Década dos Afrodescendentes (2015-2024) a Casa Brasil-África da UFPA deseja celebrar promovendo o reconhecimento da importância da África e sua produção cultural através da projeção do filme "Uma Lição de Vida", às 16h na Sala de Audiovisual do Laboratório de Antropologia Arthur Napoleão Figueiredo do IFCH. A entrada é gratuita e tod@s estão convidad@s
Uma lição de vida (The First Grader) é o relato de um acontecimento real e singular que ocorreu numa pequena comunidade na África. No início dos anos 2000, o governo do Quênia lançou a campanha “Educação para Todos”, programa que visava levar em massa crianças para a escola. Kimani Maruge (Oliver Litondo), um senhor de 84 anos que fora prisioneiro durante a luta de independência do Quênia, levou o slogan político ao pé da letra para realização do antigo desejo pessoal de ser alfabetizado. Esta é a trama de um dos mais interessantes e emocionantes filmes sobre diversidade e acesso a educação dos últimos anos.
Uma Lição de Vida (The First Grader)
Ano: 2010
Direção: Justin Chadwick.
Roteiro: Ann Peacock.
Elenco principal: Oliver Litondo, Naomie Harris, Lwanda Jawar.
Nacionalidade: Inglaterra/ EUA/ Quênia.
Mais detalhes e o trailer do filme estão disponíveis em: http://cinemascope.com.br/criticas/uma-licao-de-vida/

Aguardamos a tod@s,

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