sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Inscrições abertas para vestibular especial da UFPA

Começa, nesta quarta-feira, 28 de setembro, o prazo de inscrição no Processo Seletivo Especial para candidatos indígenas e quilombolas (PSE) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Para 2017, são ofertadas 704 vagas em 176 cursos de graduação, distribuídos por mais de 20 municípios paraenses. A inscrição é gratuita e pode ser feita até o dia 16 de novembro no site do CEPS ou no site do concurso.
Este ano, o certame oferta 32 vagas a mais que o concurso para ingresso em 2016, o qual disponibilizou 672 vagas. A partir deste ano, lideranças de comunidades indígenas e quilombolas passam a fazer parte da comissão especial responsável pela realização do PSE. Essa aproximação com as populações tradicionais deve tornar a seleção mais criteriosa em relação à autenticidade da origem dos candidatos.
“Esta participação das lideranças garante maior interação entre a universidade e os indígenas e quilombolas e ainda protege o processo seletivo contra candidaturas de pessoas que não são realmente de povos tradicionais”, acredita Maria Lúcia Harada, pró-reitora de Ensino de Graduação da UFPA (Proeg) e presidente da Comissão Permanente de Processos Seletivos da Universidade (Coperps).
O concurso terá duas etapas. Uma prova de redação em língua portuguesa agendada para 15 de janeiro de 2017 e uma etapa de entrevistas presenciais com análise de documentos, a qual será realizada entre 16 e 19 de fevereiro.
Novas regras - Para o PSE 2017, as principais mudanças nas regras da seleção dizem respeito à apresentação do Documento de Pertencimento, o qual atesta o vínculo dos estudantes com populações indígenas ou quilombolas, e, ainda, à criação da segunda opção de curso.
Agora, os indígenas e os quilombolas precisam apresentar a Declaração de Pertencimento no ato da inscrição e o documento deve conter três assinaturas de lideranças. “A declaração será analisada pela comissão especial e, só então, publicaremos a homologação da inscrição”, detalha a pró-reitora.
Outra novidade é que os candidatos podem, no ato da matrícula, indicar uma segunda opção de curso. “Iremos processar o resultado do concurso como nos demais anos, mas, após esse primeiro ‘listão’, vamos observar os cursos em que não tivemos aprovados ou tivemos um único estudante classificado e, então, fazer uma segunda ‘rodada’ de preenchimento das vagas disponíveis, considerando a segunda opção dos candidatos”, detalha Lúcia Harada.
Segunda opção deve aumentar aprovações - A expectativa da UFPA é que, com a criação da segunda opção, mais candidatos indígenas e quilombolas consigam sua aprovação no vestibular. Isso porque, pelo Sistema de Cotas da Universidade, são disponibilizadas até duas vagas extras para candidatos indígenas e outras duas vagas extras para candidatos quilombolas, em cada curso ofertado pelo processo seletivo anual, este ano, PS 2017.
Arquimimo Almeida, assessor do Centro de Processos Seletivos da UFPA (Ceps), reforça que as vagas do PSE são criadas diante da aprovação de candidatos e, quando isso não acontece, elas não ‘nascem’. “Isso significa que não temos vagas não preenchidas no PSE, mas vagas que deixam de ser criadas ou pela ausência de candidatos, ou pela não aprovação dos estudantes no concurso. De todo modo, a regra faz com que apenas esses públicos integrantes das comunidades tradicionais tenham acesso a essas oportunidades.”
Já Mauro Magalhães, assessor da Proeg, pondera que a possibilidade de uma segunda opção no vestibular especial deve aumentar o número de ingresso de indígenas e quilombolas para 2017. “No decorrer do tempo, percebemos que há interesse maior desses candidatos por determinados cursos e, como são apenas duas vagas ofertadas para cada grupo, há excelentes candidatos que não conseguem sua aprovação. A segunda opção é uma segunda oportunidade para que eles ingressem na Universidade”, aponta.
É importante que, ao apontar a segunda opção, os candidatos evitem indicar outra graduação de alta demanda. “Recomendamos que os estudantes procurem cursos afins e com menor demanda, pois, se apontarem duas opções com alta procura, pode ser que não sejam aprovados para a primeira e não haja vagas para que seja realizada a segunda opção na segunda graduação apontada. Alguém que faz Medicina como primeira opção, por exemplo, pode buscar outros cursos, como Biomedicina, Nutrição, Biologia e assim por diante”, recomenda Mauro Magalhães, assessor da Proeg. Confira aqui a demanda do último PSE indígena e aqui o do quilombola.
No PSE 2016, 3.928 se inscreveram na seleção para as 672 vagas disponíveis para indígenas e quilombolas. Destes, 1.239 quilombolas e 62 indígenas chegaram à última fase do concurso, composta pela análise de documentos e por uma entrevista individual com pesquisadores. Tornaram-se calouros da UFPA 247 estudantes de origem quilombola e 26, de origem indígena, ou seja, das 672 vagas que poderiam ter sido criadas com o concurso, apenas 273, efetivamente, foram ocupadas (pouco mais de 40,62%) e, por isso, criadas no sistema da Universidade. Saiba mais sobre a seleção anterior aqui, incluindo as notas máximas, média e mínima por curso.
• Serviço:
Inscrições para o PSE Indígena e Quilombolas da UFPA
Prazo: De 28 de setembro a 16 de novembro
Inscrições gratuitas pelo site do CEPS.
Pré-requisito: Apresentar, no ato da inscrição, Declaração de Pertencimento à comunidade indígena ou quilombola assinada por três lideranças.
Todos os detalhes sobre como participar do concurso estão disponíveis no edital.
Informações pelos telefones: (91) 3201-7266, 3201-8382, 3201-8386 e 3201-8387.
Texto: Glauce Monteiro – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Arquivo/Ascom (Aline Andrade)

Fonte: Portal da UFPa (https://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=12132)

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

UFPA realiza encontro sobre História Indígena na Amazônia



A Universidade Federal do Pará recebe nos dias 5, 6 e 7 de outubro o II Encontro de História Indígena e do Indigenismo na Amazônia. O evento, que será realizado no Auditório Setorial Básico, é promovido pelo Grupo de Pesquisa de História Indígena e do Indigenismo na Amazônia (GP HINDIA) que busca trazer um pouco do protagonismo da cultura indígena para a comunidade acadêmica e a sociedade como um todo. As inscrições para a apresentação de pesquisas já estão encerradas, porém serão abertas algumas vagas para a inscrição como ouvintes no dia do evento.
O Encontro tem como objetivo divulgar pesquisas dos membros do grupo sobre o tema da História Indígena na Amazônia e, dessa forma, possibilitar a formação de estudantes para essa temática, sempre ressaltando o protagonismo desse povo na história da região. “De longa data, a Amazônia carrega a imagem de ‘terra de índio’. Muito embora essa expressão seja generalizante e venha acompanhada de tom geralmente pejorativo, não se pode negar que numerosas etnias indígenas enriquecem o patrimônio cultural da região. Os índios fazem parte de nosso passado, de nosso presente e, certamente, também de nosso futuro”, destaca o professor Marcio Couto, coordenador do grupo de pesquisa e organizador do evento.
Programação - Esta edição do evento contará com minicursos, conferências e mesas-redondas e simpósios temáticos mediados e ministrados por professores ou estudantes de graduação, mestrado ou doutorado.
Na programação do evento, está previsto que, no primeiro dia de atividades, nesta quarta-feira, 5, seja realizada a conferência de abertura, com a participação de Uwira Xakriabá, estudante do mestrado em Antropologia na UFPA (PPGA). Além disso, na própria quarta, 5, e quinta, 6, pela tarde, serão os simpósios temáticos que abordarão os temas “História Indígena”, “História do Indigenismo”, “Ensino de História e Educação Indígenas”, e “Formas de Expressão Indígena e Representações sobre os Indígenas”.
Já os minicursos, que serão realizados na quinta, 6, e na sexta, 7, pela manhã, abordam os temas “Cultura material Tupi: uma releitura sobre os Anambé e Tembé”; “Epidemias entre os indígenas na Amazônia colonial”; “Índios x Belo Monte”; e “Possibilidades de pesquisa em História Indígena”. A mesa-redonda discute o desafio de se escrever história indígena na Amazônia, com a participação dos professores Mauro Coelho, Décio Guzman, Patrícia Sampaio.
GP Hindia - Buscando mudar a forma como a cultura indígena e negra era abordada na história do país, o governo brasileiro tornou obrigatória a inclusão da temática “História e Cultura Afro-brasileira e Indígena” no currículo das redes de ensino. A partir dessa decisão, a UFPA criou, na Faculdade de História, a disciplina História Indígena ministrada pelo professor Márcio Couto desde o início. O GP Hindia, portanto, surgiu como resultante desse processo.
Atualmente, o projeto contra com a participação de um grupo de professores e estudantes de pós-graduação de diferentes cursos da UFPA e de outras instituições. O grupo dedica importante atenção à formação e orientação de estudantes de graduação e pós-graduação, realizando-se seminários acadêmicos, bem como a produção de material didático que permita estender as contribuições do Grupo de Pesquisa aos níveis de Ensino Fundamental e Médio.
O GP Hindia possui cinco linhas de pesquisa: História indígena e etno-história; Espacialidades e relações interétnicas; Políticas indígenas e indigenistas; Formas de expressão indígena e representações sobre os indígenas; Ensino de História e história indígena.
Serviço:
II Encontro de História Indígena e do Indigenismo na Amazônia
Data: 5 a 7 de outubro de 2016
Hora: 8h às 17h (dia 5), 9h às 17h (dia 6), 9h às 18h (dia 7)
Local: Auditório Setorial Básico
Inscrições Encerradas
Informações: gphindia@hotmail.com
Texto: Caio Maia - Ascom/IFCH
Foto: Arquivo / Ascom (Mácio Ferreira)
Fonte: Portal da UFPa. (https://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=12171)

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