sábado, 30 de agosto de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Alunos africanos reúnem-se para discutir Assistência Estudantil na UFPA
“O
maior motivo de estarmos aqui é o fato de que em nos nossos países não
existem muitas universidades, então, viemos buscar conhecimento aqui
para depois voltar e ajudar no nosso país. Mas enfrentamos muitas
dificuldades ao longo deste processo, a primeira delas é a psicológica,
depois vem a financeira. Mas quando temos dificuldades, procuramos a
UFPA e geralmente recebemos apoio”, conta o congolês Gael Mayombo,
estudante de Ciências Contábeis e representante da Associação de
Estudantes Estrangeiros da Universidade Federal do Pará (UFPA). E para
continuar ajudando os estudantes africanos, foi realizado um debate que
contou com a presença de mais de 20 alunos e representantes da Casa
Brasil-África e da Pró-Reitoria de Extensão (Proex). O encontro ocorreu
no auditório da Reitoria na manhã desta sexta-feira, 22.
Assim
como ele, cerca de 70 estudantes africanos estudam na UFPA por meio de
intercâmbio. Os alunos que participaram da reunião desta sexta pontuaram
várias dificuldades, desde a diferença de idioma à falta de atendimento
à saúde. Para o diretor de Assistência Estudantil da Proex, José Maia, o
bate-papo com os estrangeiros é fundamental: “Conversando com eles,
podemos conhecer melhor a realidade desses alunos, quais são suas
demandas e necessidades para melhor atendermos eles, seja no
acompanhamento pedagógico, no financeiro, de saúde, seja na moradia.
Essa reunião foi importante para que possamos conhecê-los e mostrar que a
UFPA está aqui para ampará-los”. Além do diretor, também pela Proex,
esteve presente a pedagoga e coordenadora de Integração Estudantil, Ana
Clotilde Colares.
Acolhimento -
A Casa Brasil-África tem como objetivo promover o intercâmbio
científico, técnico e cultural entre a UFPA e instituições dos países do
Continente Africano. Assim como promover a discussão, o envolvimento e a
divulgação para gerar um maior conhecimento dos alunos africanos sobre a
realidade brasileira. “A Casa tem atuado na recepção e acolhimento dos
alunos africanos e fazendo conexões com a Proex para facilitar a vida
dos estudantes aqui, na UFPA. E pretendemos que a Casa seja sempre um
espaço para receber os alunos, africanos ou não, que tenham interesse na
África e em questões de africanidade no Brasil”, pontuou o coordenador
do espaço, professor Hilton Silva.
Auxílios
- A maioria dos apoios ofertados pela Proex é direcionada para alunos
estrangeiros e não estrangeiros e, entre eles, estão os seguintes:
Auxílios permanência, moradia, alimentação, material didático, saúde,
língua estrangeira, entre outros. Só em 2014, mais de 1.600 auxílios
foram concedidos aos estudantes de graduação. Quem quiser se cadastrar
em um deles pode visitar a Proex e a Casa Brasil-África.
Texto: Amanda Campelo – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre Moraes
Fotos: Alexandre Moraes
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Missão de pesquisadores de Cabo Verde vista a UFPA
O projeto envolve pesquisadores das duas universidades, sob a coordenação da professora doutora Sílvia Almeida, do curso de Estatística da UFPA, e do professor doutor Arlindo Mendes, presidente do Departamento de Ciências Sociais e Humanas da Uni-CV, com a participação dos professores doutores Edson Ramos, Luis Fernando Cardoso, Marcelo Galvão, Adrilayne Araújo, Fernanda Nummer e Edna Alencar. Participam, ainda, alunos da graduação e da pós-graduação do referido mestrado de ambas as universidades.
A delegação da Uni-CV é constituída pelo doutor Arlindo Mendes; o mestrando Manuel António Alves, comandante da Polícia Nacional de Cabo Verde; e pelo discente de Estatística, Mikael António Robalo Tavares. São esperados mais alunos da Universidade de Cabo Verde nesta semana.
Missão iniciou-se no dia 14 de agosto - No primeiro dia da missão, os cabo-verdianos foram recebidos na Secretaria dos Conselhos Superiores da UFPA pelo pró-reitor de Relações Internacionais, professor Flávio Sidrim Nassar, acompanhado da diretora de Projetos Especiais, professora Lindalva Canaan Moraes, e do assessor, professor Marcelo Galvão, para as boas-vidas. Durante o encontro, o pró-reitor destacou as excelentes relações entre as universidades parceiras, desejou uma excelente estadia aos pesquisadores e desejou o aprofundamento da parceria com a Uni-CV e, por meio desta, a aproximação da UFPA a outras universidades africanas de língua portuguesa.
Ações - Um intenso programa da missão foi preparado para contemplar, entre outras, as seguintes ações: visitas às instalações do campus universitário e aos dirigentes acadêmicos dos diversos institutos e outras organizações da Universidade; participação em palestras organizadas pela Casa Brasil-África em conjunto com o Grupo de Estudos Afro-amazônico; visitas aos órgãos de segurança pública do Pará, nomeadamente, os Comandos de Policiamento da Capital, de Missões Especiais, de Policiamento Regional, bem como o Instituto de Ensino de Segurança Pública do Pará. Além de sessões diárias de treinamento estatístico sob a responsabilidade de pesquisadores do Laboratório de Sistema de Informação e Georreferenciamento para os estudantes da Uni-CV, prevê-se a apresentação de duas palestras – uma sobre a segurança pública em Cabo Verde e sua relação com a imigração, pelo mestrando Manuel Alves, que também concluirá o texto de sua dissertação para defesa em Outubro; e outra alusiva ao significado da morte na cultura cabo-verdiana e africana, em geral, pelo professor Arlindo Mendes.
As impressões dos integrantes da missão à chegada e durante os primeiros dias revelaram-se positivas, “para além das minhas expectativas”, segundo o mestrando Manuel Alves. Provaram o açaí pela primeira vez, in loco, e o aprovaram. O estudante Mikael Taveres ficado admirado com o sabor açai e por ter podido experimentar o que ele só tinha conhecimento por meio das telenovelas brasileiras. Os integrantes da missão também ficaram encantados com a beleza arquitectónica de Belém, que muito lembra as cidades de Cabo Verde, e extasiaram-se perante com a agitação noturna e a vida cultural, em particular a música regional.
Está previsto um encontro com o reitor Carlos Maneschy, antes do regresso dos pesquisadores a Cabo Verde.
Publicado em: 25.08.2014
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quarta-feira, 20 de agosto de 2014
O PPGA, o GEAM e a Casa Brasil-África convidam a comunidade acadêmica e o público interessado para participar dos seguintes eventos
PALESTRA "A imagem da África no mundo ocidental e, em particular, no Brasil"
Palestrante: Prof. Dr. Valdemir Zamparoni (UFBA)
Data: 20/08/2014 das 8:00 as 12:00 hs
LOCAL: Auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH, Campus setorial Básico da UFPA, Belém, Pará.
RODA DE CONVERSA com os Grupos de estudos VISAGEM, RODA DE AXÉ e RELIGIÃO E SIMBOLISMO
TEMA: "Práticas de cura ocidentais e africanas no contexto colonial"
Palestrante: Prof. Dr. Valdemir Zamparoni (UFBA)
Data: 22/08/2014 das 8:00 as 12:00 hs
LOCAL: Auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH, Campus setorial Básico da UFPA, Belém, Pará.
CERTIFICAÇÃO DE 04 HORAS POR EVENTO
INSCRIÇÕES NO LOCAL
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
EBOLA : Informe técnico e orientações para as ações de vigilância e serviços de saúde de referência
EBOLA
FEBRE HEMORRÁGICA DO EBOLA
O
vírus Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, no Zaire (atual
República Democrática do Congo), e, desde então, tem produzido vários
surtos no continente africano. Esse vírus foi transmitido para seres
humanos que tiveram contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de
animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes,
antílopes e porcos-espinhos. Existem cinco espécies de vírus Ebola
(Zaire ebolavirus, Sudão ebolavirus, Bundibugyo ebolavirus, Reston
ebolavirus e Tai Forest ebolavirus), sendo o Zaire ebolavirus o que
apresenta a maior letalidade, geralmente acima de 60% dos casos
diagnosticados.
CASOS DE DOENÇA POR VÍRUS EBOLA - CONFIRMADOS, PROVÁVEIS E SUSPEITOS
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
1 a 21 dias
TRANSMISSÃO
A
transmissão só se inicia após o aparecimento dos sintomas e se dá por
meio do contato direto com sangue, tecidos ou fluidos corporais de
indivíduos e/ou animais infectados ou do contato com superfícies e
objetos contaminados.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Febre
Tifoide, Shiguelose, Cólera, Leptospirose, Peste, Ricketsiose, Febre
Recorrente, Meningite, Hepatite e outras febres hemorrágicas.
DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO
Considerando a atual situação epidemiológica, será considerado caso suspeito de infecção por Ebola:
[1] A lista de países será atualizada de acordo com a informação oficial da Organização Mundial da Saude (OMS).
CASO CONFIRMADO
Caso suspeito com resultado laboratorial conclusivo para Ebola a ser realizado em Laboratórios de Referência.
Obs:
Os laboratórios públicos (federal, estadual ou municipal – incluindo os
das universidades públicas) ou privados não devem tentar realizar as
técnicas de isolamento viral, já que as mesmas somente podem ser
realizadas em laboratórios dotados de ambiente NB4.
MEDIDAS A SEREM ADOTADAS DIANTE DE UM CASO SUSPEITO
· Isolamento do caso suspeito em quarto privativo;
· Os
profissionais de saúde encarregados do atendimento ao paciente devem
utilizar as seguintes medidas de biossegurança: uso de máscaras N-95,
proteção facial, jalecos de manga comprida, luvas e aventais resistentes
a fluidos ou impermeáveis;
· Limpeza adequada de superfícies e objetos no quarto do paciente;
· Quando possível, utilizar material exclusivo para o paciente;
· Evitar contato com o sangue e fluidos corporais dos pacientes;
· Acompanhamento de contactantes;
· Coletar amostras para o diagnóstico etiológico para Laboratório de Referência;
· Seguir,
rigorosamente, as medidas de prevenção e controle de IRAS (Infecção
Relacionada à Assistência a Saúde) já estabelecidas pela ANVISA.
COLETA DE AMOSTRA LABORATORIAL
A
coleta e processamento da amostra devem ser realizados de modo
asséptico, com o técnico responsável pela colheita protegido com
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) específicos para precaução de
contato: óculos, máscara (ou protetor facial), jalecos descartáveis com
manga comprida e luvas.
Os
materiais usados para a coleta e transporte, incluindo os EPIs usados
pelo operador, tubos e agulhas para coleta, devem ser autoclavados antes
de serem descartados para incineração (descartáveis) ou esterilizados
(não descartáveis).
TIPO DE AMOSTRA
· Sangue
para obtenção do soro – (5ml a 10 ml obtidos em coleta por sistema a
vácuo). Não é necessário, na fase aguda, separar o soro do sangue,
procedimento que pode aumentar significativamente o risco de infecção
acidental. É obrigatório o uso de sistema de coleta de sangue a vácuo
com tubos plásticos secos estéreis selados.
· Fragmento
de vísceras - nos casos de óbitos em que não se tenha obtido o sangue,
fragmentos de vísceras deverão ser colhidos, adotando-se os mesmos
cuidados de proteção ao profissional de saúde. A necropsia só deve ser
realizada em locais com condições adequadas de biossegurança.
Recomenda-se colher um fragmento de fígado de 1 cm3. Onde não existem condições adequadas para a necropsia, deve-se utilizar a colheita por agulha.
TRANSPORTE DE MATERIAL
O
material (sangue ou tecidos) deve ser transportado em gelo seco em
caixas triplas destinadas a substâncias infecciosas Categoria A UN/2814
ao laboratório de referência.
O Transporte será realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde da Unidade de Saúde para o Laboratório de Referência.
TRATAMENTO
O Transporte será realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde da Unidade de Saúde para o Laboratório de Referência.
TRATAMENTO
Não existe tratamento específico para a doença, sendo limitado às medidas de suporte com condições de terapia intensiva.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1 - O que é a doença causada pelo vírus Ebola?
A
doença do vírus Ebola (anteriormente conhecida como febre hemorrágica
Ebola) é uma doença grave, muitas vezes fatal, com uma taxa de
letalidade que pode chegar até os 90%. A doença afeta os seres humanos e
primatas não-humanos (macacos, gorilas e chimpanzés). O Ebola foi
identificado pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos: um
em uma aldeia perto do rio Ebola, na República Democrática do Congo, e
outro em uma área remota do Sudão. A origem do vírus é desconhecida, mas
os morcegos frugívoros (Pteropodidae) são considerados os hospedeiros prováveis do vírus Ebola.
2 - Como as pessoas são infectadas com o vírus?
O
Ebola é introduzido na população humana por meio de contato direto com o
sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais
infectados. Na África, os surtos provavelmente originam-se quando
pessoas têm contato ou manuseiam a carne crua de chimpanzés, gorilas
infectados, morcegos, macacos, antílopes florestais e porcos-espinhos
encontrados doentes ou mortos ou na floresta.
3 - O vírus Ebola passa de pessoa para pessoa?
Depois
que uma pessoa entra em contato com um animal que tem Ebola, ela pode
espalhar o vírus na sua comunidade, transmitindo-o para outras pessoas. A
infecção ocorre por contato direto com o sangue ou outros fluidos
corporais ou secreções (fezes, urina, saliva, sêmen) de pessoas
infectadas. A infecção também pode ocorrer se a pele ou membranas
mucosas de uma pessoa saudável entrarem em contato com objetos
contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com Ebola, como
roupa suja, roupa de cama ou agulhas usadas. Cerimônias fúnebres em que
os enlutados têm contato direto com o corpo da pessoa falecida, como é
comum em comunidades rurais de alguns países africanos, também podem
desempenhar um papel importante na transmissão do Ebola. Pessoas que
morreram de Ebola devem ser manipuladas apenas
por quem esteja usando roupas de proteção e luvas. O corpo deve ser
enterrado imediatamente.
O vírus Ebola não é transmitido pelo ar.
4 - Quais os riscos para os profissionais de saúde que cuidam dos doentes?
Os
profissionais de saúde têm sido frequentemente expostos ao vírus ao
cuidar de pacientes com Ebola na África. Isso acontece quando eles não
usam adequadamente equipamentos de proteção individual, como luvas e
máscaras. Os profissionais de saúde devem seguir rigorosamente as
precauções de controle de infecção recomendados. Além dos cuidados
usuais, os trabalhadores de saúde devem aplicar estritamente as medidas
de controle de infecção recomendadas para evitar a exposição a sangue
infectado, fluidos ou ambientes ou objetos contaminados - como a roupa
suja de um paciente ou agulhas usadas:
· devem usar equipamentos de proteção individual, tais como aventais, luvas, máscaras e óculos de proteção ou protetores faciais;
· não devem reutilizar equipamentos ou roupas de proteção, a menos que tenham sido devidamente desinfectados;
· devem trocar as luvas ao passar de um paciente para outro.
Procedimentos
invasivos que podem expor os médicos, enfermeiros e outros à infecção
devem ser realizado sob estritas condições de segurança. Os pacientes
infectados devem ser mantidos separados dos outros pacientes e pessoas
saudáveis, tanto quanto possível.
A
dificuldade de manter esses padrões adequados nos serviços de saúde dos
países africanos acometidos tem propiciado a infecção em profissionais
de saúde.
5 - Quando uma pessoa passa a transmitir o vírus a outra?
O
período em que a pessoa infectada pode transmitir só inicia após o
surgimento dos sintomas. Durante o período de incubação, a pessoa não
transmite o Ebola. As pessoas podem infectar outras enquanto seu sangue e
secreções contiverem o vírus. Por esta razão, os pacientes infectados
têm que ser cercados de cuidados específicos para evitar que
profissionais de saúde ou parentes e amigos que os visitam no hospital
entrem em contato com o sangue e secreções.
6 - Quem corre mais risco?
Durante um surto, como o que agora ocorre na Libéria, Serra Leoa e Guiné, as pessoas com maior risco de infecção são:
· profissionais de saúde que atendem pacientes sem que as medidas de proteção estejam adotadas;
· membros da família ou outras pessoas que têm contato próximo com as pessoas infectadas;
· pessoas que têm contato direto com os corpos dos mortos como parte de cerimônias fúnebres; e
· caçadores que entram em contato com animais mortos encontrados na floresta.
7 - Quais são os sinais e sintomas do Ebola?
O
Ebola produz uma doença grave. O início súbito de febre, fraqueza
intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta são os sinais
e sintomas típicos. Isto é seguido por vômitos, diarreia, disfunção
hepática, erupção cutânea, insuficiência renal e, em alguns casos,
hemorragia tanto interna como externa. O período de incubação, ou o
intervalo de tempo entre a infecção e o início dos sintomas, pode variar
de dois até 21 dias. Os pacientes tornam-se contagiosos apenas quando
começam a apresentar os sintomas. Eles não são contagiosos durante o
período de incubação. A confirmação dos casos de Ebola é feita por
exames laboratoriais específicos.
8 - Qual é o tratamento?
Não
há tratamento específico que cure o Ebola. Alguns tratamentos
experimentais têm sido testados, mas ainda não estão disponíveis para
uso geral. Os pacientes de Ebola requerem tratamento de suporte
intensivo, realizado em hospitais de referência para tratamento de
doenças infecciosas graves. Eles geralmente ficam desidratados e
precisam de fluidos intravenosos ou de reidratação oral com soluções que
contenham eletrólitos. Alguns pacientes podem se recuperar se receberem
tratamento médico adequado. Para ajudar a controlar a propagação do
vírus, as pessoas suspeitas ou confirmadas de ter a doença devem ser
isoladas de outros pacientes e tratadas por profissionais de saúde
usando equipamentos de proteção.
9 – Como prevenir a infecção pelo Ebola?
Atualmente
não há nenhuma vacina para a doença do vírus Ebola. Várias vacinas
estão sendo testadas, mas nenhuma delas está disponível para uso clínico
no momento. Nos países onde existe transmissão do Ebola, a melhor
maneira de se prevenir é evitar contato com o sangue ou secreções de
animais ou pessoas doentes ou com o corpo de pessoas falecidas em
decorrência dessa doença, durante rituais de velório.
10 - É seguro viajar durante um surto?
A
Organização Mundial da Saúde não recomenda restrições de viagens para
os países que apresentam transmissão porque o risco de infecção para os
viajantes é muito baixo, já que a transmissão de pessoa a pessoa só se
dá com o contato direto com os fluidos corporais ou secreções de um
paciente infectado. Além disso, a transmissão ocorre, principalmente, em
vilas e povoados de áreas rurais. Pessoas que viajam a trabalho para as
capitais ou cidades desses países devem evitar qualquer contato com
animais ou com pessoas doentes. Os profissionais de saúde que viajam
para as áreas com transmissão, nesses países, devem seguir estritamente
as medidas recomendadas pela OMS para o controle da infecção. Os
brasileiros que residem nos países onde há transmissão do Ebola
(Libéria, Serra Leoa e
Guiné) devem evitar deslocamentos para as áreas rurais e vilas onde
estão ocorrendo os casos, ficar alerta às informações e recomendações
prestadas pelos Ministérios da Saúde desses países e evitar contato com
animais ou pessoas doentes.
11. É possível termos casos de Ebola no Brasil?
Pelas
características da infecção pelo Ebola, a possibilidade de ocorrer uma
disseminação global do vírus é muito baixa. Desde sua descoberta em
1976, o vírus tem produzido, ocasionalmente, surtos em um ou mais países
africanos, sempre muito graves pela alta letalidade, mas,
autolimitados. A seriedade do atual surto é a sua extensão, atingindo
três países e a demora em se atingir seu controle. Isso ocorre pela
precariedade dos serviços de saúde nas áreas em que ocorre a
transmissão, que não dispõem de equipamentos básicos de proteção aos
profissionais de saúde e aos demais pacientes, bem como pelas práticas e
tradições culturais de manter pacientes em casa, inclusive escondendo
sua condição das autoridades sanitárias, e a realização de rituais de
velórios em que os parentes e
amigos têm bastante contato com o corpo do falecido.
No Brasil, não há circulação natural do vírus Ebola em animais silvestres, como em várias regiões da África.
12 – Como é feita a detecção de casos?
Como
o período de transmissibilidade só começa depois que a pessoa inicia os
sintomas e como todo caso de Ebola produz sintomas fortes que exigem
que o doente procure um serviço de saúde, a detecção de casos pode ser
feita oportunamente em locais com serviços de saúde e sistemas de
vigilância estruturados, facilitando a interrupção da transmissão. Se
uma pessoa vier de um país onde ocorre transmissão e apresentar a doença
durante a viagem, a equipe de bordo aplica as normas internacionais
vigentes, visando a proteção dos demais passageiros e informa às
autoridades sanitárias do aeroporto ou porto de destino para a remoção e
transporte do paciente ao hospital de referência, em condições
adequadas.
13 – O que fazer se um viajante proveniente desses países africanos apresentar sintomas já no nosso país?
No
caso do viajante realizar o deslocamento durante o período de
incubação, no qual a infecção ainda é indetectável, e só apresentar os
sintomas da doença depois da chegada ao país, o serviço de saúde que for
procurado por esse paciente deverá notificar imediatamente o caso para a
Secretaria Municipal ou Estadual de Saúde ou à Secretaria de Vigilância
em Saúde do Ministério da Saúde. A partir da identificação de que se
trata de um caso suspeito, já são adotadas as medidas para proteção dos
profissionais de saúde envolvidos no atendimento ao caso, bem como para
evitar que a infecção seja transmitida para outras pessoas.
O
Ministério da Saúde recebe informações diárias da OMS para avaliar a
situação do surto de Ebola na África ocidental e recomendar as medidas
adequadas para a proteção de nosso país.
Esplanada dos Ministérios Bloco G
Brasília-DF / CEP: 70058-900
Telefone: (61) 3315-2425
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Entidades discutem a criação do Plano Setorial para a Cultura Afro-Brasileira
Uma
das reuniões abertas para a construção do Plano Setorial para a
Cultura Afro-Brasileira em todos os municípios brasileiros aconteceu
nesta quinta-feira, 31, no auditório da Secretaria Geral dos
Conselhos Superiores Deliberativos (Sege) da Universidade Federal do
Pará (UFPA). A reunião faz parte do plano de encontros agendados
para o ano de 2014. O plano está sendo elaborado desde 2013 e
construído para ser incluído no Plano Nacional de Cultura,
instituído pela Lei Federal nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010.
Participaram
da mesa de apresentação do Plano Lindivaldo Leite Junior, da
Fundação Palmares (FCP/MinC); Margareth Godim, da Secretaria de
Cultura do Estado do Pará (Secult); Elizabeth Pantoja (Mãe Beth),
do Conselho Setorial/Afro; Marcos Marques, diretor do Departamento de
Ação Cultural da Fundação Cultural do Município de Belém
(Fumbel); Nazaré Moraes, da Divisão de Espaços Culturais da
Fumbel; e Ciro Lins do Iphan Pará, além dos demais integrantes e
conselheiros nacionais de cultura, representantes do Ministério da
Cultura (MinC), Mestres de Culturas Afro-Brasileiras e Sociedade
Civil.
Ampliação
- O objetivo da reunião é montar políticas culturais para
implementar o Plano Nacional de Cultura e, dessa forma, ampliar para
todo o Brasil a discussão com os povos e as comunidades consideradas
minorias acerca dos costumes, tradição cultural em todas as
instâncias e em suas diversas manifestações. A consulta pública
ocorre em todos os Estados, em vários municípios. Para formatar o
plano, toda a sociedade civil é convidada a participar, por meio de
sugestões, avaliações, críticas e recomendações postas durante
consulta pública.
Para
o professor Artur Leandro, do Grupo de Estudos Afro-Amazônico
(GEAM/UFPA), o plano deve promover a cultura de valorização dos
princípios civilizatórios africanos brasileiros. “Estamos
propondo uma mudança estruturante na política cultural. Não
podemos mais aceitar que o governo brasileiro financie somente as
linguagens artísticas. Temos um leque de manifestações culturais e
de entendimentos sobre cultura muito maiores. Queremos que o
Ministério escute os agentes das culturas negras locais e os
gestores dos Estados e dos municípios escutem o MinC para aplicação
desse plano”, explica.
Sociedade
- Carlos Vera Cruz é professor de teatro e faz parte do Instituto
Nangetu
, mas, na consulta pública, ele argumenta estar também como
sociedade civil: “Acho que todo mundo, como sociedade civil ou não,
que estiver ligado a alguma matriz africana ou não deve participar
desse evento até para que a sociedade tenha um outro tipo de olhar
sobre essas ações. É importante esse diálogo com a sociedade. O
importante é o entendimento do plano e também para nos informarmos
e quebrarmos o pré-conceito sobre o movimento negro”, argumenta.
"Participar
de uma temática como essa, de um plano como esse é muito
importante. O movimento negro ainda é muito hostilizado dentro da
sociedade. Nós não temos só a capoeira, só o hip
hop,
ou danças da negritude. Precisamos de cotas para cultura e sairmos
às ruas paramentados, dizer que estamos aqui. Faço parte de um
bloco de carnaval Afoxé. Abrimos o carnaval de Belém todo ano, mas
ainda com muita dificuldade. A nossa cultura é altamente vasta, mas
não temos tanta visibilidade”, reflete Adrieny Batista, da
Associação Cultural Filhos de Dan.
Demandas
- O Colegiado do Setorial de Cultura Afro-Brasileira do Conselho
Nacional de Políticas Culturais (CNPC) tem o intuito de se fazer
cumprir as demandas da cultura afro em todo o território nacional,
demandas altamente discutidas durante esses encontros. Edson Catendê,
Babalorixá membro do Conselho Nacional de Políticas Públicas, diz
que “o objetivo é trabalhar as tradições e mantê-las de acordo
com cada povo, cada comunidade, como história e referência de um
povo. Um povo sem cultura é um povo sem vida, sem caminho, sem
referência.”, finaliza.
Os
responsáveis pelo Plano são: o Conselho Nacional de Políticas
Culturais (CNPC), Colegiado Setorial de Cultura Afro-Brasileira
(eleitos em 2013), Fundação Cultural Palmares (FCP), Secretaria de
Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Seppir), Secretaria de
Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC) e representantes da
sociedade. O projeto do Plano Setorial segue em construção pelo
CNPC e deve cumprir mais encontros abertos até o final do ano.
Texto:
Brenda Maciel – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Adolfo Lemos
Fotos: Adolfo Lemos
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