Dia Internacional da África na UFPA é comemorado com festa
A comemoração do Dia Internacional da África na UFPA buscou integrar os alunos de países africanos e compartilhar seus costumes com os demais estudantes por meio de aspectos marcantes tanto na África como no Brasil: sua cultura e gastronomia. Além disso, a programação abordou temas como identidade, juventude e negritude na atualidade, reforçando a razão de existência da Casa Brasil-África e do Grupo de Estudos Afro-Amazônico da UFPA, que têm como objetivo promover a cultura africana desconstruindo preconceitos e integrando os alunos intercambistas com a comunidade local.
A programação desenvolvida pela Casa Brasil-África e o Grupo de Estudos Afro-Amazônico teve diversas atividades comemorativas na UFPA. As ações desenvolvidas ao longo do dia tinham como objetivo mostrar a África sob a ótica de suas belezas socioculturais; esquecendo, os aspectos apenas negativos. O evento contou com ações como degustação de comidas típicas de alguns países africanos, desfile da beleza negra, documentário e apresentações culturais afro-brasileiras, além de um vídeo que mostrava um pouco da riqueza da mitologia oral africana aos alunos da Escola de Aplicação da UFPA.
Descontruindo preconceitos - De acordo com a estudante de farmácia, Rachel Eliango, da República do Congo, o principal ponto da programação é desconstruir preconceitos sobre a região. “Existem muitos problemas na África como pobreza extrema e guerras, mas é um grande equívoco ver a região somente por este lado; assim como em outras localidades, é interessante ver que há muito mais que problemas: a África e o Congo possuem uma cultura fascinante e não tão conhecida pelos brasileiros, mas que também merece atenção.”
No festival de culinária africana e caribenha, alguns estudantes relataram as diferenças e semelhanças da culinária do Brasil e de alguns países da África. Para Roodlyn Calixte e Beny Kadima Jack, estudantes dos cursos de Química e Arquitetura, respectivamente, vindos do Haiti e do Congo, as diferenças culinárias entre os países são notáveis, mas não menos interessantes. Eles ressaltaram que, no Brasil e no Pará, encontram-se pratos totalmente desconhecidos para eles, que tentam experimentar um pouco de cada um, ao longo do tempo. O que perceberam é que aqui também se come usando bastante tempero.
Todas as atividades contaram com a participação dos alunos africanos em intercâmbio na UFPA por meio do Programa PEC-G, que dá apoio aos estudantes no momento de superar e enfrentar preconceitos encontrados no cotidiano.
De acordo com o coordenador da Casa Brasil-África, professor Hilton Silva, ainda há muitos aspectos a se explorar, mas eventos como esse, em que é possível os estudantes exaltarem seus traços culturais, ajuda tanto na socialização deles como no enfrentamento de preconceitos diários. “Um dos problemas que, às vezes, os estudantes enfrentam é serem olhados na rua como se fossem marginais ou pessoas extremamente necessitadas, e o intuito de programações como essa é justamente mostrar que eles e sua cultura vão além daquele aspecto negativo que se deu aos africanos ao longo dos anos; além disso, assim como os brasileiros, eles enfrentam diversas lutas, mas conseguem vencê-las da melhor forma que podem, sem nunca esquecer de suas raízes e orgulhando-se delas”.
Já para Rachel Eliango, esse debate vai um pouco além da marginalização ou conflitos. “Tanto nós, que viemos da África, quanto os alunos brasileiros, somos irmãos, e as diferenças existentes entre nós deveriam servir para que nos uníssemos para construir coisas boas para a pesquisa e para a humanidade juntos”, afirma a estudante.
História - O Dia Internacional da África foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, em reconhecimento ao dia 25 de maio de 1963, quando chefes de Estado africanos reuniram-se na Etiópia, com vistas a erradicar a subordinação do continente africano aos demais continentes. Nesse dia, fundou-se a Organização da Unidade Africana (OUA), sendo conhecida hoje como União Africana, que tem como objetivos manter a unidade e a solidariedade africana, eliminar o colonialismo, garantir a soberania dos Estados Africanos e a sua integração econômica, bem como fomentar a cooperação política e cultural no continente.
Texto: Luana Coelho – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Adolfo Lemos
Fotos: Adolfo Lemos
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